Eu sou o cigarro e você, o isqueiro que me acende.
Me deixe soltar a fumaça da natureza
Eu sou a nicotina e você é o fogo
Me deixe em chamas
Eu sou o copo e você, a cachaça.
Vai de vagar... Uma dose.
Vai enchendo... me enche!
Eu sou o pulso e você, a navalha.
Me corta
Me deixe sangrar
Me mate de prazer, me mate de dor
Me mate
Mas não antes de me satisfazer!
segunda-feira, 29 de outubro de 2012
sexta-feira, 19 de outubro de 2012
Frida
Vai tecendo sua desgraça por esse mundo medíocre. Detalhes do sofrimento alheio alerta os curiosos, divertem os curiosos. Detalhe!
Vai se cansando... Cansada de aturar tanta merda que sai das suas bocas imundas e fedorentas, cansada de sentir saudade da antiga inocência. Sua própria inocência. Sente falta do seu velho jeito de suportar tudo isso calada.
Rancor. Ancor. Cor. Falta de cor.
Escuridão. Solidão. Bando de bundão!
Sua tristeza atinge, aflinge. Finge que não se importa, finge que não se afeta com a falta da verdade. Fingida. Fugida. Sofrida. Frida.
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
Lavagem estomacal
Enfiam-me um tubo
Estou num túnel
Está doendo
Está escuro
Me limpam por dentro
Me secam a alma.
Eliminando a distensão abdominal
Evitando que eu vire um animal
Morto.
Está escuro
Está sujo.
Me esvaziam.
Me desentopem.
Não vou morrer.
Por que não me deixam morrer?
Não me tratem
Não me acordem
Não cuidem de mim
Me deixem aqui
Será que são capazes de me deixarem em paz?!
Estou num túnel
Está doendo
Está escuro
Me limpam por dentro
Me secam a alma.
Eliminando a distensão abdominal
Evitando que eu vire um animal
Morto.
Está escuro
Está sujo.
Me esvaziam.
Me desentopem.
Não vou morrer.
Por que não me deixam morrer?
Não me tratem
Não me acordem
Não cuidem de mim
Me deixem aqui
Será que são capazes de me deixarem em paz?!
terça-feira, 9 de outubro de 2012
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