sábado, 24 de agosto de 2013

De onde venho não tem lei,
Não tem rei.
De onde eu venho não tem nada, não tem tudo.
Não está no mundo,
No mundo não estou.
De onde venho?
Por vezes sul, por vezes norte.
De onde venho a luz é clara,
A música é alta
A gente não para.
A gente não para de sentir
De onde eu venho, o toque é afago,
O beijo é abraço, o choro é sorriso.
De onde venho basta sentir.
Basta ser.
Não consigo escrever como antigamente
Não consigo ser como era antigamente
Não consigo chorar como chorava antigamente
Não sei ser antiga como era antigamente
Não consigo dormir como dormia antigamente
Não consigo pensar como pensava antigamente
Não consigo caminhar como caminhava antigamente
Não consigo me apaixonar como me apaixonava antigamente
Não sei ser cheia como era antigamente
Não aguento me sentir vazia como me sinto ultimamente.
De que vale ter certezas
Se o acaso nunca vem por acaso?
Do que vale palavras terem sentido
Se eu não consigo senti-las?
Do que vale tudo isso
Se tudo não passa de um grande nada?
Meu bem, não é pessoal
Eu sou do mundo
E o mundo é de ninguém
Amor, não quero me fechar
Nem te magoar.
Na verdade, não deu tempo pra isso
Foram dois, foram horas.
Me desculpe se seu tempo foi desperdiçado
Não tenho medo
Não tenho vontade de voltar
Não tenho vontade de continuar a tortura
Eu tenho apenas que te deixar em paz
Você não é pra mim, eu não sou pra você.
Não daria certo.

sábado, 3 de agosto de 2013

Gargalho minhas tristezas com a esperança de que tudo de bom possa me acontecer, cuspo minhas decepções para que elas não possam mais voltar. Vivo numa ilusão de que tudo isso funciona, mas isso não é uma frustração. Caguei minhas frustrações pro resto do mundo.
Me desculpem por infectá-los mas ninguém é tão bom sempre. Ninguém é tão bom.
Me desculpem por matar os peixes que nadavam tranquilamente. Os matei de raiva. Eu tinha que jogar minha raiva em algum lugar.
Sei que não vou para o latíbulo, sei que não vou tomar um café levemente adocicado com deuses. Sei que se eu for tomar um café será amargo como o gosto das gargalhadas ecoadas aos sete ventos.
Me desculpem por matá-los aos poucos, por encher a paciência.
"Seremos apenas uma lembrança vaga na cabeça do outro?"
Sinto muito por não sentir nada, meu bem. Desculpa.