terça-feira, 27 de março de 2012

Um exemplo

A pessoa usa as outras, se usa, é usada sem ao menos perceber. Isso é triste, muito triste. É usada sem nem perceber e sem querer. Se usa querendo aparecer para outras pessoas usadas, usando. Usa sem medir as consequências, sem se preocupar com o sentimento alheio, sem se preocupar com o mal que está fazendo para si mesma e para outros.
Na verdade, é muito complicado entender todo esse "usamento" de pessoas.
Em um namoro, por exemplo, ambos se amam porém se usam. E, mesmo sem amor se usam ainda mais, com mais riscos de machucar os sentimentos do parceiro. Cada qual tem seu motivo.

sábado, 24 de março de 2012

Não há nada demais
Eu estou em paz e quero que fique em paz
Descansa
Não perca o ritmo, não saia da dança
Daqui a um tempo isso só vai ser mais uma lembrança
Deixe se levar
Pela brisa que daqui a pouco irá passar
Se deixe levar
Por quem sabe te amar

Por favor me traga um incenso de bom senso.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Rascunho sem título #9

Vou começar a guardar todas as coisas especiais pra mim
Tô pensando em guardar você
Vai ficar ao lado do meu vidrin
Na minha canastrinha
Eu brincando de Emília
Vou carregar tudo o que eu ver


Eu vivo de...?

Não trabalho, não tenho dinheiro pra fazer as compras do mês, não pago a conta de luz, água e telefone. Não ganho mesada, não ganho dinheiro de graça. Não saio pedindo na rua, não faço malabarismo no sinal pra ganhar uns trocados. Acho que vivo de amor, só pode.
Ah, me lembrei: Eu não tenho um amor.

Rascunho sem título #8

Quem será teus amados, jovem? Será eles bolivianos, ou angolanos, ou brasileiros, ou americanos? Será que cada um terá nacionalidade diferente? Ê minha jovem, terás que viajar esse mundão inteiro em busca do conhecimento de teus amores.
Isso mesmo: amores! Tu achas que tens só um amor? Um é tão pouco, minha jovem. Tu tens dez, mil ou mais. Tu tens quantos quiseres. Teus sentimentos vão decidir tudo por ti. Sem preocupações (eu espero).

Fatos e fotos

Entre fotos e fatos eu vou me lembrando
Aquela tarde em que pulamos a cerca
Da sua mãe brigando
Dizendo que de preocupação ia ficar careca

Não ligamos
Avançamos
Nos amamos

Entre fatos e fotos recordando
Momento de desespero
Naquela noite em que pulamos no galinheiro
Nos ovos fomos pisando

Não ligamos
Avançamos
Nos amamos

Entre fotos e fatos continuo chorando
Sempre lembrando
Continuo me lamentando
O descontrole te levou pra longe de mim
 E hoje estou assim
Sem você aqui.

Não ligamos
Avançamos
Nos amamos
Nos descontrolamos
Nos amamos...


                     "Caminhemos de mãos dadas
                      Uma apoiando a outra em qualquer parada
                      Fidelidade invejável
                      Vou parar com essas palavras complicadas"

Música para minha amada



"Sem essa de pra sempre
É amor, até deixar de ser
É amor até deixar de florescer...
E morrer"

Não ligue pra essas bobagens amor
Plantamos outra flor
Qualquer dia desses veremos crescer
De repente
Novamente
Até de novo, morrer

Sem pessimismo bobo
Estou aqui
Ainda  vamos brincar muito que você é a mocinha e eu sou o lobo
Até eu te roubar pra mim,
Vamos brincar de urso e colmeia
E quando idoso, vou te chamar de véia


domingo, 11 de março de 2012

Renato, namorado imaginário.

-Você sumiu.
-Não tem como eu ficar longe de você. -dizia eu
-Mas tem como eu ficar longe de você.
-É... Andei muito ocupada.
-Apaixonada por outro. Eu sei.
-Não deu certo aquela besteira, só tenho você.
-Eu sei... Mas você precisa de alguém real.
-Ninguém me quer.
-Eu quero, sou alguém.
-Alguém imaginário, alguém que mora na minha cabeça.
-Mas te faço companhia quando lembra de mim -sussurrou ele
-É...
-Se ele não ligou pra você é porque não te merece.
-Não é assim! Todo mundo diz isso, não é assim!
-É sim.
-Vai que eu quem não mereço ele, eu quem não sou boa o suficiente pra ele. Ele deve saber disso por isso não  tá nem aí pra mim.
-Então se não é boa o suficiente pra ele, você é boa o suficiente pra mim. - ele tentava me tranquilizar
-Isso está errado
-Por que?
-Por que você mora em mim. Se eu sou boa o suficiente pra você, eu sou boa o suficiente pra mim, só pra mim. Isso é muito narcisista e egoísta. Na verdade, eu nem me acho boa pra mim mesma.
-Assim você complica tudo.
-A vida é complicada... eu só ajudo ela.
-Vem cá deixa eu te abraçar.
-Preciso de alguém real. -disse eu chorosa
-Precisa mesmo... -por fim disse ele.
                                                         
                                      (clique na imagem para ampliar)                   

(...)



(clique na imagem para ampliar)


Preciso de inspirações

Nos conhecemos na café



Ela: Como gosta seu café?
Ele: Amargo. E o seu?
Ela: Doce.
Ele: Hum...
Ela: Posso te perguntar uma coisa?
Ele: Pode.
Ela: Por que gosta de café amargo?
Ele: Porque é bom?...
Ela: Não deve ser por isso.
Ele: Mas é. Pode acreditar, se quiser.
(silêncio)
Ela: Tipo eu, gosto de café doce porque de amargo eu já tenho a vida. Café doce me dá um sentido pra viver, melhorar a vida. Torná-la doce.
Ele: Interessante...
Ela: Agora fala: por que gosta mais de café amargo?
Ele: "Por que gosta de café amargo?"
Ela: Engraçadinho...
Ele: Ok. Café amargo é bom. De verdade. Mas... é como a vida, decidimos. As vezes amargo é melhor que doce. Em todos os sentidos.
Ela: Qual sentido especificamente?
Ele: A vida. Vida amarga não é tão ruim. Eu já gostei de café doce, tive uma vida "doce".
Ela: E como foi?
Ele: Sinceramente?
Ela: Arram!
Ele: Foi uma bosta.
Ela: Uma bosta por quê?
Ele: Você faz muitas perguntas.
Ela: Eu sei...
Ele: Uma vida doce não é ruim enquanto está doce. Mas aí chega um dia que tudo desmorona sem mais nem menos e você tem que viver com a dura realidade: a vida é amarga. Vida amarga é um fato. Temos que aceitar e viver.
Garçonete: Qual será o pedido do casal?
Ela: Dois cafés amargos e dois bolinhos de chocolate.
Ele: Aprendeu rápido.
Ela: Não há nada de mal em aceitar a realidade.
Ele: Ok, ok. Mas não pode deixar de gostar das coisas que você gosta só por causa da vida.
Ela: Vou tentar.
Ele: Ok.
Ela: Meu nome é Amelie, prazer.
Ele: Alfredo. Prazer é todo meu, menina do café doce e vida amarga.

Não aconteceu nada!

Ele: O que está acontecendo?
Ela: Nada.
Ele: Ei!
Ela: O quê?
Ele: Nada.
Ela: Não começa.
Ele: Não comecei nada.
Ela: Ok.
Ele: Você quem começou.
Ela: Eu não comecei nada.
Ele: Ok.
Ela: Ok.
Ele: Por que você tá assim?
Ela: Assim como?
Ele: Implicante.
Ela: Mas você quem começou.
Ele: Foi você.
Ela: Não, foi você.
Ele: Ok.
Ela: Ah, ok.
Ele: Vai me contar?
Ela: Vou.
Ele: Ótimo. O que aconteceu?
Ela: Completamente nada.
Ele: Ok.

Quem criou a sua realidade?

"Você já me notou?"

-O que há de errado em mim?
-Como assim? - ele perguntou assustado
-Você nunca me notou né?
-Já vi você andando pela escola.
-Mas nunca me notou.
-Qual é o seu nome? - ele tentava mudar de assunto
-Não importa. Não muda de assunto!
(silêncio)
-Fala! Você já me notou?
-Notar?...
-Ah, ficar me olhando com desejo.
-Não.
-Precisa ser tão direto?
-Desculpa
-Não precisa pedir desculpas.
-Desculpa
-Desculpa eu. Sei que te assustei chegando assim. - eu estava tão triste
-Desculpada então
-Ora. Eu sou tão feia assim?
-Não. Acho que não.
-Eu sei que sou. É minha testa, não é? Ela é grande demais.
(silêncio)
-Credo! -disse eu rompendo o silêncio
-O quê?! - ele parecia assustado (novamente)
-Você se calou. Eu sou feia mesmo.
-Não. É que... eu menti.
-Como assim? Eu sou "gata"? -fiz um chame na hora do GATA
-Não. Sim... Ah, eu já te notei, eu ia falar com você mas agora eu sinceramente...
-Fala!
-Sinceramente... eu agora tô com medo de você.
(silêncio)

Contradição

Não quero me lembrar:
Tudo é uma tortura para mim nesse momento. Por que tudo não apaga da minha memória como se num blackout? Sinceramente, cansei dessas lembranças.

Quero me lembrar:
Afinal, tem lembranças que faz bem a saúde, a alma. Quero me lembrar de tudo, quase tudo. Me lembrar de ti, de nós.

Preciso

Preciso chorar um pouco para tentar amenizar a dor. Deixar transbordar todas as emoções para logo depois secá-las e enterrá-las em um lugar onde só eu (se quiser) poderei achar. Preciso de tempo, de dias e de noites ouvindo as músicas mais tristes deste planeta, preciso ouvi-las pra estimular todas as emoções. Preciso de diário também para que aqui e ali eu anote uma frase de ódio, um texto de amor, um pedido de socorro, uma palavra de sofrimento. Preciso de comida (não pode faltar) se não morro de fome. Preciso de um ombro amigo, uma pessoa calada um apoio certo. Preciso de uma cama arrumada. Preciso desarrumar a cama de tanto ódio, preciso desarrumar a cama por causa da insônia. Eu só preciso chorar...

Rascunho sem título #7

Desde quando eu ganhei a responsabilidade de ser cuidadosa com as pessoas, de medir as palavras antes de falar com tais, de censurar o que penso, reformular outra ideia e falar outra coisa completamente diferente? Sei que estou sendo egoísta, eu sempre sou. Mas tenho consciência disso tudo e também, tenho plena consciência de que estou sendo sufocada por mim e pelas pessoas que tento ser agradável e cuidadosa. Sou cuidadosa com todos eles, quero agradar sempre todos mas não estou me agradando. Não estou feliz comigo mesmo.
Agora, preciso de ajuda, cansei de ser cuidadosa com as pessoas e não comigo. Cansei.

sábado, 10 de março de 2012

Tarde da última sexta-feira de março

Apesar da chuva que caia sobre mim, sobre aquela pequena região havia algo de errado.
A chuva molhava meu corpo, meus cabelos, meus materiais escolares mas havia algo seco, doído: minha garganta. Acabara de lembrar daquele último resfriado que tive, a febre, a garganta doída e seca. Não estava gripada. Nenhuma tosse, espirro ou qualquer outra coisa então, por que minha garganta estava doendo tanto?
Saí da escola duas aulas mais cedo, esperei alguma companhia de volta para casa mas ninguém se candidatou porque estava chovendo. Fui na chuva andando devagar, sem ligar pro mundo, pros carros, pra chuva. Veio a vontade de chorar, um aperto no coração e a maldita da garganta seca. De primeira, só identifiquei a garganta enquanto pensava nas amizades não-verdadeiras, problemas que minha mãe teria tido e do quanto sou descartável.
Cheguei em casa e ela estava vazia eu estava sozinha em casa, estava sozinha na vida. Pus a chorar por todos aqueles problemas, por estar sozinha sempre, por ser egoísta por pensar que estou sozinha sempre, por ser egocêntrica. Troquei minhas roupas e dormi na cama macia e protetora de minha mãe. Acordei de noite ainda chorosa.

terça-feira, 6 de março de 2012

Posições/amores

Sabe quando tentamos dormir e não achamos uma posição confortável e só depois de um tempo achamos uma? Então, os amores são posições, certos amores.
Estamos com insônia querendo muito achar logo uma posição confortável só para pensarmos na vida e adormecer. Não conseguimos dormir e a posição começa a ficar desconfortável novamente.
O amor é isso. Posições. Achamos um amor "confortável", um que achamos que vai ser eterno, que os amamos incondicionalmente. Logo, vamos conhecendo como ele realmente é, qualidades, defeitos, muitos defeitos... Temos que mudar, procurar outro que nos deixe mais confortável, que seja tão ou mais perfeito que a sensação da primeira posição ou do amor. É complicado falar de posições e amores como se fossem coisas iguais, mas essa é a verdade: Amores são posições. Posição de conforto, de sentimentos, de amores, de saudades, de beijos, de carinhos, de brigas, de desconforto...
Não há apenas uma posição para acharmos, devemos procurar e experimentar posições inusitadas talvez elas nos agradam e nem nos damos conta. Talvez ficar de bruços é uma posição confortável neste momento e nem nos damos conta.