domingo, 6 de janeiro de 2013

Me encanta o jeito que teus lábios recém-ressecados aperta o cigarro
Me encanta o modo que tua pequenina orelha abriga tantos brincos
Me encanta tua marca de nascença em teu longo pescoço
Me encanta teus cabelos caídos sobre os olhos caramelizados
Me encanta tuas mãos, tuas unhas cortadas e sem esmalte algum
Me encanta teu riso exagerado
Estou jogado aos seus pés.
Prostituta
Astuta
Carente
Puta
Enxuta
Não passa de um produto
Faz gozar em um minuto.
 Repito, carente
Mas é valente.

"Não precisa ser vidente para saber o que eles querem quando chegam aqui. Quatro letras: S-E-X-O. Óbvio.
Tem os "manos", insanos, puritanos... Tem de tudo. Tem nada. Não sinto nada, de verdade.
A verdade é que nada me preenche. Tudo me enche. E se não enche, por que não enche? Não me importo o que digam, o que façam.
Às vezes, ser puta, prostituta, garota de programa, vagabunda, mulher de esquina cansa. Uma trepada não vai te esquentar de noite, uma trepada não vai te fazer cafuné antes de dormir, uma trepada não vai te fazer sorrir à toa, dormir de conchinha. É só uma trepada. Uma trepada é só uma trepada."
E quem se importa?
Com quem se importa?
Quantos se importam?
Com o que se importam?
Isso tanto me importa.

sábado, 5 de janeiro de 2013

Ando sozinha me sentindo insegura e infeliz, durmo sozinha me sentindo solitária e infeliz, como sozinha me sentindo gorda e infeliz. Falo sozinha me sentindo louca, solitária e infeliz. Tomo banho me sentindo limpa e infeliz, sorrio me sentindo tola e infeliz, assisto desenho animado sozinha me sentindo completamente desanimada.
Cai. Me machuquei feio.
Pela primeira vez não me senti sozinha. Senti dor, mas me senti feliz.
As vezes quando vejo o vestígio da luz do sol iluminando um pedaço de calçada, a luz artificial borrada pelo pedaço da cortina do banheiro branco com flores rosas, o canto enlouquecedor do periquito na cozinha, o choro do bebê desesperado. As vezes- quase sempre- me dá uma enorme vontade de chorar. Não choro.
Por que?
Acho que tenho medo de ser ridícula. Medo de ser ridícula em público.