sábado, 10 de março de 2012

Tarde da última sexta-feira de março

Apesar da chuva que caia sobre mim, sobre aquela pequena região havia algo de errado.
A chuva molhava meu corpo, meus cabelos, meus materiais escolares mas havia algo seco, doído: minha garganta. Acabara de lembrar daquele último resfriado que tive, a febre, a garganta doída e seca. Não estava gripada. Nenhuma tosse, espirro ou qualquer outra coisa então, por que minha garganta estava doendo tanto?
Saí da escola duas aulas mais cedo, esperei alguma companhia de volta para casa mas ninguém se candidatou porque estava chovendo. Fui na chuva andando devagar, sem ligar pro mundo, pros carros, pra chuva. Veio a vontade de chorar, um aperto no coração e a maldita da garganta seca. De primeira, só identifiquei a garganta enquanto pensava nas amizades não-verdadeiras, problemas que minha mãe teria tido e do quanto sou descartável.
Cheguei em casa e ela estava vazia eu estava sozinha em casa, estava sozinha na vida. Pus a chorar por todos aqueles problemas, por estar sozinha sempre, por ser egoísta por pensar que estou sozinha sempre, por ser egocêntrica. Troquei minhas roupas e dormi na cama macia e protetora de minha mãe. Acordei de noite ainda chorosa.

2 comentários:

  1. Quantas e quantas vezes já não me senti assim?! É horrivel. =/

    um beijo

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    1. Talvez seja uma fase em que todas as adolescentes passam ou algo do tipo. :c

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