domingo, 11 de março de 2012

Nos conhecemos na café



Ela: Como gosta seu café?
Ele: Amargo. E o seu?
Ela: Doce.
Ele: Hum...
Ela: Posso te perguntar uma coisa?
Ele: Pode.
Ela: Por que gosta de café amargo?
Ele: Porque é bom?...
Ela: Não deve ser por isso.
Ele: Mas é. Pode acreditar, se quiser.
(silêncio)
Ela: Tipo eu, gosto de café doce porque de amargo eu já tenho a vida. Café doce me dá um sentido pra viver, melhorar a vida. Torná-la doce.
Ele: Interessante...
Ela: Agora fala: por que gosta mais de café amargo?
Ele: "Por que gosta de café amargo?"
Ela: Engraçadinho...
Ele: Ok. Café amargo é bom. De verdade. Mas... é como a vida, decidimos. As vezes amargo é melhor que doce. Em todos os sentidos.
Ela: Qual sentido especificamente?
Ele: A vida. Vida amarga não é tão ruim. Eu já gostei de café doce, tive uma vida "doce".
Ela: E como foi?
Ele: Sinceramente?
Ela: Arram!
Ele: Foi uma bosta.
Ela: Uma bosta por quê?
Ele: Você faz muitas perguntas.
Ela: Eu sei...
Ele: Uma vida doce não é ruim enquanto está doce. Mas aí chega um dia que tudo desmorona sem mais nem menos e você tem que viver com a dura realidade: a vida é amarga. Vida amarga é um fato. Temos que aceitar e viver.
Garçonete: Qual será o pedido do casal?
Ela: Dois cafés amargos e dois bolinhos de chocolate.
Ele: Aprendeu rápido.
Ela: Não há nada de mal em aceitar a realidade.
Ele: Ok, ok. Mas não pode deixar de gostar das coisas que você gosta só por causa da vida.
Ela: Vou tentar.
Ele: Ok.
Ela: Meu nome é Amelie, prazer.
Ele: Alfredo. Prazer é todo meu, menina do café doce e vida amarga.

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